Angellore, uma lição de vida!

Nickame: Angellore
Reino: Andarilho
Servidor: Malech
Classe: Black
Linhagem: Foema

Comecei a jogar logo que abriram os servidores no início de 2006. Na fase Open Beta. Ninguém me indicou o jogo. Eu estava simplesmente navegando pela internet e descobri que logo abririam os servidores e fiquei na expectativa.
Escolhi o meu nickname porque Angellore é o nome da minha música preferida de uma banda gótica chamada Tristania.
Minha primeira sensação ao jogar WYD, foi estar jogando uma versão mais bonita e interativa do Diablo.
Desde que comecei a jogar, nunca mudei de servidor. Permaneci no Malech.
Meu primeiro conflito envolveu diretamente Guilds, no caso: Brothers x Shadows. Eu era da guild Brothers, que por acaso foi minha primeira guild, todas as noites era uma guerra indescritível na porta de Dungeon. Foi daí que conheci um dos meus melhores amigos Zenki.
Hoje, em relação ao jogo, sinto-me excluída. Há tempos não sinto a mesma sensação do primeiro ano. Agora é tudo uma mesmice, apesar de algumas coisas terem mudado, no ponto-de-vista da amizade e da confiança que existia nos primórdios do WYD, coisa que já não existe mais. Hoje praticamente vemos uma guerra de poder, um querendo pisar no outro, ninguém mais pensa em crescer junto, agora é cada um por si!
Inteligência, flexibilidade e paciência, muita paciência, são algumas das características que não podem faltar a um wydiano.
Eu costumava ter muitos amigos no WYD, alguns viraram amigos fora de jogo outros nem perto disso. Amigos até hoje Iohann, DoidinhuNb e Zenki!
Não sou muito fiel a essa história de reino, costumo ser fiel a mim mesma e dependendo do meu humor e do meu tempo disponível para jogar, sou akelonia ou simplesmente me torno um andarilho.
Minha trajetória nas guilds não foi muito complexa. Como falei antes, minha primeira guild foi a Brothers que quando mudou de liderança acabou ruindo. Depois montamos uma guild chamada Intocáveis e por uma briga geral ela também não existe mais e por fim a última guild que eu passei foi a Reddragons que deixei para jogar com um amigo que tinha feito muito inimigos lá. Há cerca de um ano adotei a filosofia de ermitã ¬¬
Na minha época pelo menos os akelonios eram unidos, havia uma amizade inexplicável com jogadores que nem sequer eu conhecia, havia uma união mútua que se perdeu em meio ao vão!
Quanto à diferenciação de amigos por reinos, bem, não posso dizer os diferencio, mas que sempre tenho uma pulguinha atrás da orelha quando são de outro reino. Em relação ao level, muito menos, aliás, quem nunca foi level baixo na vida? Eu acho que cada um deve jogar de acordo com o tempo que tem e decidir se esse tempo precioso deve ser gasto integralmente com um jogo de computador.
Nunca trai nenhum amigo, apesar de muitas brigas e discussões eu sempre tentei reatar todas as amizades que eu vi que valia a pena.
De quem sinto saudades in game? Eu passaria o dia todo digitando sobre isso, citarei as mais marcantes. MELIK com sua alma trovadora sempre fazia com que até a situação mais desesperadora se tornasse apenas uma pedrinha no caminho. Zenki por toda ajuda, compreensão, confiança e segurança que ele passa; Abarai por estar sempre pro que der e vier, nas palavras dele “é nóis qui ta” e Iohann pela dedicação, carinho, amizade, até pelas discussões bobas sinto muitas saudades.
Eu preferia que não houvesse mas obviamente há uma grande diferença entre meninas que jogam ou até mesmo meninos que se passam por meninas (acredite já vi centenas!) A principal diferença entre meninos e meninas está na atitude de algumas meninas se aproveitarem da confiança e boa vontade alheia para conseguir muitas coisas ingame, sem esforço. Aliás, é só jogar um charminho e pronto! Mas... Qual a graça disso? Não gosto de olhar para o wyd e separar MENINOS E MENINAS eu prefiro enxergar os outros e a mim mesma como neutra, se houver uma separação na minha cabeça como eu vou poder exigir tratamento igual?
A companhia de um grande amigo para compartilhar os momentos muito me deixa feliz ingame. Jogar sozinho sem compartilhar nada é muito egoísmo da parte de quem faz. Uma coisa que me deixa triste é a indiferença e até mesmo preconceito com outros jogadores, capas, leveis, sexo ... Isso faz a gente perder a fé na humanidade.
Bom, meu nome é Tatiana tenho 23 anos, moro em SP, sou auxiliar contábil e casada desde os 21 anos. Costumava perder muito tempo na frente do computador até que ano passado fiquei grávida do meu primeiro filho. Tudo ia bem até o começo de Agosto quando estava com 7 meses e meio, dia 5 eu contrai uma forte gripe do meu marido, logo corri para meu ginecologista (que por sinal nem se lembrava de mim) ele disse que não era nada para me preocupar mas pediu para que eu tirasse um raio X dos pulmões. Feito isso ele viu uma pequena mancha nos meus pulmões e falou que não era nada (que era a sombra dos meus seios no exame ... ¬¬) e me passou com o clínico que por sua vez disse que minha falta de ar era pelo fato de eu não saber respirar direito (é mole?!) e me mandou para casa. Dia 7 eu estava pior e me fizeram esperar 3 horas na sala de espera do PS e depois fui atendida por uma Clínica Geral que me tratou como se eu fosse só mais uma na multidão e me mandou para casa de novo. Resolvi que não voltaria mais ao hospital pois corria o risco de pegar a gripe H1N1. Na madrugada do dia 9 pro dia 10 eu não conseguia nem me mexer, minha cunhada, marido e sogra me levaram a outro hospital (HOSPITAL RIBEIRÃO PIRES) ginecologista de lá resolveu me internar vendo a situação em que eu me encontrava. Na madrugada do dia 12 de Agosto (dia do meu aniversário) eu estava só com 25% da minha capacidade pulmonar então eles resolveram fazer uma cesariana, tomei anestesia geral, não vi meu filho nascer. Eu tinha péssimos pesadelos dos quais eu nunca tive parecido na minha vida. Finalmente acordei, não sabia onde estava, o que tinha acontecido. Não conseguia falar devido a um procedimento chamado traqueotomia (corte no pescoço que estabelece um orifício artificial inserindo um tubo, indicado em emergências e nas intubações prolongadas.), a última cartada na manga dos médicos pra tentarem salvar minha vida. Nesse dia meu pai disse que eu estava há quase um mês na UTI do hospital, mas eu queria saber do meu filho e todos diziam que ele ainda estava internado. Do dia em que eu acordei na UTI até o dia que eu tive alta para o quarto foram cerca de 20 agonizantes dias tomando banho na cama, bebendo água e me alimentando somente por sonda devido ao risco de eu ‘broncoaspirar’. No primeiro dia em que eu fui pro quarto eles me contaram que meu filhinho tinha falecido no dia 24 de Agosto. Foi como perder o chão, é uma sensação que eu não consigo descrever, só sentir. Cheguei no quarto dia 14 de Setembro, mal me mexia pela fraqueza de ter ficado um mês sem levantar, tive que aprender a andar, beber, comer e falar. Fonoaudiologia, Fisioterapia Muscular e Respiratória fizeram parte da minha vida por uns bons meses. Dia 28 de Setembro tive alta e poder voltar para minha casa. Foi a melhor sensação da minha vida inteira! No fim das contas eu realmente peguei H1N1 e meu primeiro médico nem sequer me internou para ficar em observação. Não confiem suas vidas a um médico que nem lembra o sexo do filho que você está carregando e que ele mesmo fará o parto (não confiem no Dr. Jair Nicolau do Hospital Cristóvão da Gama em Santo André). Sobreviver a essa doença depois de sete dias que eu a contrai realmente foi um milagre de Deus, vendo que as pessoas morrem no terceiro, quarto dia. Infelizmente eu não posso mudar meu passado e quem pagou por isso foi meu filho Pietro que estaria agora com 7 meses (Te amo muito filho, mesmo não tendo visto seu rosto uma única vez) e eu paguei também pelo sofrimento que passei, mas pra mim as seqüelas foram somente uma cicatriz horrível no pescoço e uma enorme lição de vida : Aproveitem o máximo de tempo com aqueles que você ama, porque de uma hora para outro a gente pode partir e então não haverá como lamentar todo o tempo em que a gente perdeu na frente de um computador, vídeo game seja o que for. Ame sua família e seus amigos como se não houvesse mais nenhum dia de vida!
E para quem se interessou em saber o nome do Dr. que salvou minha vida no hospital de Ribeirão Pires foi ele (Dr. José Marcio, Ginecologista) pelo o qual eu não troco por nenhum outro e é ele com quem eu passo todo mês para acompanhar meu pré natal. Estou grávida de 3 meses e esse filho é uma benção, tenho certeza que agora eu encontrei o médico certo.