Parte 1
Os meus dedos não pertencem ao teclado, o som repetitivo das teclas cansam-me e sinto falta do rabiscar de um caneta, mas não consigo dormir. A insônia rouba-me as melhores idéias e cá estou, reunindo-me para voltar a escrever.
Mas sobre o quê escrever? Quando o meu universo só pertence a mim mesma... Quanto a insistente idéia de dividir-se para multiplicar-se torna-se a cada dia uma corrupta hipocrisia?
Dividir com quem? O que? Todos simplesmente passam como verdadeiros vendavais sem brisa e o neurônio sobrevivente pronuncia no vácuo silêncio, que no fim, estamos e somos sós.
Quem somos nós?